As famílias, investidores, empresas e autarquias do concelho de Cascais vão poder em breve negociar entre si energia produzida por painéis solares fotovoltaicos colocados nas coberturas das suas habitações, infra-estruturas e/ou equipamentos públicos, como escolas, centros desportivos, museus e escritórios.
A iniciativa insere-se no pacote de medidas de combate à crise energética e à inflação que o município presidido por Carlos Carreiras, promete apresentar em breve.
A Greenvolt lançou em Cascais o programa “Comunidades Inclusivas”, uma iniciativa que visa apetrechar IPSS e associações do terceiro setor a reduzir os encargos com eletricidade, partilhando poupanças com a comunidade local.
O objetivo é que o programa possa beneficiar 250 mil pessoas até 2030, revela a empresa de energias renováveis em comunicado.
A Energia Unida, empresa do grupo Greenvolt que pôs o projeto em marcha, pretende criar comunidades de energia com condições especiais, “assegurando que possam gastar menos na eletricidade através do autoconsumo de energia e alocar esse dinheiro à ação social”. “A parte da energia que não é consumida pelas instituições sociais será partilhada gratuitamente com pessoas em situação de pobreza energética, que vivam perto dessas instituições, permitindo que as mesmas reduzam ainda mais a sua fatura de energia”, adianta a empresa.
Segundo a empresa, é esperado que “até 60 pessoas em situação de pobreza energética, possam beneficiar do excedente de produção não consumido pela instituição”.
Joana Balsemão, vereadora do ambiente da autarquia de Cascais, disse à Lusa que o projeto se insere num pacote de medidas, nas diferentes áreas, que o município vai levar a cabo para apoiar as famílias e as empresas no combate à inflação.
O lançamento do projeto contou com a presença da ministra do Trabalho, Solidariedade e Ação Social, Ana Mendes Godinho, com o presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, e com o presidente da União das Misericórdias Portuguesas.