Carlos Guimarães | “Uma guerra de muitas batalhas”

Opinião

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São oito meses de uma vasta destruição, de muita morte e muita miséria. Oito meses de uma guerra infame da qual não se vislumbra um fim.

Ao longo destes meses,  temos ouvido os dramáticos relatos sobre as sucessivas batalhas pela recuperação dos territórios ocupados levadas a cabo por homens e mulheres de enorme coragem que, com a vida, defendem não só a sua independência e a sua identidade, como também, os direitos básicos de liberdade e democracia de todos os europeus.

“São oito meses de uma vasta destruição, de muita morte e muita miséria”

É por isso, uma guerra que vai muito para além dos limites do território ucraniano. É uma guerra que a nível energético, económico e da ameaça à segurança, já atingiu toda a Europa e cujos efeitos sobre os seus cidadãos, tenderão a agravar-se com a chegada do Inverno.

Aos vários  líderes europeus, caberá agir em defesa da liberdade e da democracia, naquele que será, depois da pandemia, mais um enorme desafio à solidariedade e coesão europeia, e à sua capacidade de vencer as muitas frentes de batalha que se apresentam:

– A batalha da diplomacia será certamente a mais difícil, mas também a mais importante. Será aquela que nos aproximará do cessar-fogo e da tão desejada Paz.

– A batalha do apoio militar à Ucrânia é também muito importante, no sentido de
municiar condições de resistência aos bravos combatentes ucranianos.

– A batalha da energia é mais uma frente onde os líderes europeus terão de ser coesos e solidários, garantindo condições de equidade a todos os países e respetivos cidadãos.

– A batalha da proteção territorial europeia, criando estruturas militares de defesa
do seu território e das suas fronteiras.

– A batalha de reconstrução da Ucrânia será a última batalha. Aquela pela qual os
ucranianos mais anseiam. Aquela que será certamente o último teste ao espírito europeu e à capacidade da Europa em ser solidária.

“Uma guerra de muitas batalhas”

Aos vários governos e autarquias, caberá a responsabilidade de agir em defesa dos seus cidadãos, nos campos da batalha social, laboral e económica: combatendo a pobreza, a exclusão e a precariedade laboral, apoiando as empresas e as famílias, promovendo o emprego, fomentando a saúde e a segurança e mitigando o consumo energético.

Também a nós, cidadãos, caberá um papel importante na redução do impacte desta guerra.

Também nós, teremos os nossos campos de batalha, que passarão por adaptar os nossos hábitos e costumes a uma realidade de escassez de bens e recursos, privilegiando: a poupança, uma gestão criteriosa do consumo e o apoio aos nossos concidadãos mais desprotegidos.

Carlos Guimarães,
Presidente da Direção da AMQC – Associação de Moradores da Quinta da Carreira