O Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural, no valor de 20 mil euros, distingue este ano, a pintora Graça Morais, com mais de 50 anos de careira, realçando “o seu percurso cultural, artístico e cívico”, divulgaram hoje o promotor.
“Desde a sua juventude a artista teve uma permanente participação ativa na defesa do humanismo, do respeito pela dignidade humana e dos direitos humanos. Uma ligação muito forte à terra e às tradições populares e uma permanente atenção à dureza da vida e à compaixão têm caracterizado uma assinalável coerência na sua obra”, afirma o júri, ao qual presidiu Guilherme d’Oliveira Martins, sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa.
“Para Graça Morais a cidadania cultural constitui algo de natural e necessário. O seu talento artístico e a escolha dos temas para as suas obras, em estreita ligação íntima, têm sempre subjacente a atenção aos outros e o cuidado relativamente aos mais vulneráveis. A artista e a cidadã estão sempre presentes, o que constitui um singular exemplo no panorama artístico contemporâneo, merecedor de especial reconhecimento”, sublinhou o júri do prémio promovido pela Estoril Sol, em comunicado.
Este prémio junta-se a várias outras distinções que a artista plástica já recebeu, nomeadamente a Ordem do Infante D. Henrique, com o grau de Grande Oficial, atribuída em 1997, e a Medalha de Mérito Cultural, pelo seu contributo para as artes, atribuída em março de 2019, pela então ministra da Cultura Graça Fonseca, e o mais recente prémio “Personalidade do Norte”, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, que lhe foi entregue no final de novembro.
Segundo o regulamento, o Prémio “visa distinguir um escritor, ensaísta, poeta, jornalista, tradutor ou produtor cultural que ao longo da carreira – ou através de uma intervenção inovadora e de excecional importância -, haja contribuído para dignificar e projetar no espaço público o sector a que pertença”.
Guilherme d’Oliveira Martins presidiu ao júri da edição deste ano, que foi ainda constituído por Maria Carlos Gil Loureiro, da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, José Manuel Mendes, presidente da Associação Portuguesa de Escritores, Manuel Frias Martins, presidente da Associação Portuguesa dos Críticos Literários, e, a convite da Estoril Sol, o escritor Liberto Cruz, o jornalista José Carlos de Vasconcelos, distinguido com este mesmo galardão em 2017, a diretora para a Educação, Ciência e Cultura na Organização de Estados Iber
O galardão foi entregue pela primeira vez em 2016 ao ensaísta Eduardo Lourenço. José Carlos Vasconcelos recebeu-o em 2017, o escritor e investigador Vítor Aguiar e Silva, em 2018, a atriz Maria do Céu Guerra, em 2019, o fadista Carlos do Carmo, em 2020, e, no ano passado, o gestor e jurista Emílio Rui Vilar, ex-administrador executivo da Fundação Calouste Gulbenkian, foi o distinguido.
A cerimónia da entrega do Prémio será “anunciada oportunamente”, conclui a Estoril Sol.