CUF disponibiliza hospitalização domiciliária em Cascais

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Pedro Correia Azevedo, especialista em Medicina Interna e Diretor Clínico dos Serviços Domiciliários CUF

A Hospitalização Domiciliária CUF é um serviço que permite que os doentes recebam cuidados hospitalares no conforto da sua própria casa. Funciona, atualmente, na região de Cascais, nas restantes áreas da Grande Lisboa, em Torres Vedras, no Grande Porto e nos Açores (ilha de São Miguel). O Notícias de Cascais conversou com Pedro Correia Azevedo, especialista em Medicina Interna e Diretor Clínico dos Serviços Domiciliários CUF, sobre este serviço e os seus benefícios.

O Hospital CUF Cascais disponibiliza o serviço de hospitalização domiciliária. O que é e como funciona este modelo de cuidados na CUF?                                          O serviço de Hospitalização Domiciliária da CUF é uma alternativa para as pessoas que tenham critério de internamento por doença aguda, mas com estabilidade clínica su­ficiente para ­ficarem internados em casa. Funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, garantindo cuidados hospitalares em casa, associados a um aumento do conforto, bem-estar e satisfação dos doentes. O acompanhamento dos doentes é feito por uma equipa multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros e outros pro­fissionais, que os visitam diariamente no seu domicílio, prestando cuidados de nível hospitalar.

Que critérios são necessários cumprir, para ser elegível para Hospitalização Domiciliária CUF?                                                                                                          É necessária a avaliação de condições clínicas, sociais e geográ­ficas de cada doente, sendo a admissão voluntária. Na prática, falamos de pessoas com um diagnóstico agudo estabelecido e estável. Preenchido este critério clínico, o critério geográ­fico implica que more a menos de 30 minutos de distância de um hospital CUF, e o social refere-se à necessidade de garantir a presença de um cuidador 24 horas por dia.

Quais são os benefícios do internamento ser realizado no domicílio do doente?    Os grandes benefícios estão, desde logo, no facto de o doente ser tratado no conforto da sua casa, um ambiente que lhe é completamente familiar. Isto permite uma maior personalização dos cuidados e facilita a promoção de literacia em saúde. Possibilita, também, uma redução das complicações relacionadas com o internamento convencional, como as quedas, os quadros de delírio e as possíveis infeções hospitalares, do tempo de imobilização e de internamento. Tem, ainda, impacto na melhoria da qualidade do sono e no aumento da autonomia do doente.

E para a família e cuidadores do doente? Os serviços domiciliários também trazem benefícios?                                                                                                                Além de poderem acompanhar e prestar apoio ao doente 24 horas por dia, sem estarem limitados a horários de visita, há também uma comunicação constante entre a equipa de hospitalização domiciliária, os doentes e os seus cuidadores e familiares, que promove a aprendizagem e a autonomia face à gestão da situação clínica do doente. A hospitalização domiciliária é uma extensão do Hospital CUF Cascais na comunidade, em casa dos doentes, estando a CUF onde as famílias mais precisam e mais bene­ficiam.

É comum haver algum receio, relativamente a este modelo de internamento, pela perceção de que o doente tem um menor acompanhamento em sua casa, face ao ambiente hospitalar. Este é um receio infundado?                                                    O internamento feito através da Unidade de Hospitalização Domiciliária CUF obedece a critérios objetivos e, como tal, a e­ficácia do tratamento e a segurança do doente não são colocadas em causa. Cada doente é acompanhado por uma equipa experiente, altamente diferenciada e competente, que avalia com rigor a evolução do estado de saúde do doente. Caso se veri­fique o agravamento da situação clínica, que impeça o tratamento em casa, ou incapacidade dos cuidadores para gerir as necessidades do doente, procede-se à transferência do doente de Hospitalização Domiciliária para internamento convencional no hospital. O mesmo se passa quando aumentamos o grau de cuidados, no hospital, porque um doente necessita, por exemplo, de ser transferido para uma Unidade de Cuidados Intensivos.

PROJETO PIONEIRO

O serviço de Hospitalização Domiciliária CUF é um projeto pioneiro no setor privado em Portugal que teve início em 2020 na região de Lisboa. O médico revela que, até ao momento, “estiveram internados, neste regime, mais de 740 doentes, correspondendo a cerca de 8500 dias de internamento”.

DOENÇAS QUE PERMITEM QUE O DOENTE RECEBA CUIDADOS EM CASA

“As pessoas podem recorrer à hospitalização domiciliária no caso de infeções respiratórias (por exemplo, pneumonia), infeções urinárias, infeções da pele (por exemplo, erisipela), agudização de insu­ficiência cardíaca, controlo da dor pós-cirurgia, entre outro tipo de patologias – sempre mediante avaliação da equipa da Unidade de Hospitalização Domiciliária CUF”, explica o médico.

TESTEMUNHO

Filomena Diogo
“O serviço da CUF foi 10 estrelas. A hospitalização domiciliária é o futuro.”

Filomena Diogo reside em Cascais. No início de 2023, a Advogada de 59 anos sofreu uma infeção pulmonar, provocada por uma micobactéria não tuberculosa rara e multirresistente. Perante a necessidade de internamento e cumprindo os três requisitos para receber cuidados hospitalares em sua casa, optou pela hospitalização domiciliária da CUF. “Foi a possibilidade de estar no conforto da minha casa, durante o tratamento, que me fez escolher esta alternativa”, explica. Enquanto esteve internada, “a equipa de hospitalização domiciliária visitava-me diariamente, de manhã e ao ­final do dia. Administravam-me o antibiótico endovenoso, mediam-me a tensão, faziam-me análises, quando era necessário, e iam ajustando a medicação”. Em retrospectiva, Filomena Diogo não esconde a satisfação: “o serviço da CUF foi 10 estrelas. A equipa é excelente, trataram-me sempre com muito cuidado, ternura e atenção. Estou plenamente satisfeita e falo deste serviço a toda a gente. Acho que a hospitalização domiciliária é o futuro.”