Chefes de equipa de Medicina Interna do Hospital de Cascais demitem-se

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Hospital de Cascais

Os chefes de equipa de Medicina Interna e o diretor de Urgência do Hospital de Cascais apresentaram ontem a demissão, confirmou à agência Lusa a presidente da Federação Nacional dos Médicos.

“Houve uma demissão de todos os chefes de equipa de Medicina Interna, do diretor de Urgência e de um chefe de Balcão”, adiantou Joana Bordalo e Sá.
O testemunho da dirigente sindical surge depois de a CNN Portugal ter noticiado durante a tarde de ontem que os chefes de equipa de Medicina Interna e os Assistentes Hospitalares que desempenham funções de chefes de Balcão do Hospital de Cascais tinham apresentado a demissão em bloco numa carta enviada ao conselho de administração.

A situação enfrentada pelos clínicos é extremamente desafiadora e dramática. No Hospital de Cascais, alguns médicos dedicam três anos exclusivamente ao trabalho nas urgências, realizando frequentemente turnos noturnos de 12 horas, o que torna a carga de trabalho muito intensa e não assegura a eficácia no tratamento. Este desafio não está relacionado apenas com a questão das 150 horas extras, mas sim com uma questão crônica.

Num comunicado enviado às redações, a administração do Hospital de Cascais reconheceu haver “algum descontentamento dos seus profissionais de saúde”, sustentando que a “afluência aos serviços de urgência tem contribuído para uma sobrecarga”.

A unidade hospitalar justifica ainda que foi a única da “região de Lisboa a nunca ter fechado, o que acarreta as suas consequentes implicações”.
Todavia, o hospital “reitera o seu total compromisso com os cuidados de saúde prestados à população que serve mantendo as urgências abertas (adultos, ginecologia-obstetrícia e pediatrica)”.