A recolha de biorresíduos em Cascais, que no primeiro trimestre deste ano chegou já a cerca de 90% da população, vai permitir em 2024 uma poupança de quase 260 mil euros, entre Taxa de Gestão de Resíduos (TGR) e valor pago à Tratolixo pelo tratamento de indiferenciados.
A recolha seletiva de biorresíduos já alcança 65 mil alojamentos no município de Cascais, tendo sido recolhidas 2.138 toneladas em 2023, o que representa um aumento de quase 450% em relação a 2022.
Apenas no primeiro trimestre deste ano, o município recolheu 1.155 toneladas de resíduos orgânicos através dos sistemas de sacos verdes e dedicados. A Cascais Ambiente estima que até ao final de 2024, será possível recolher 4.332 toneladas de restos de comida, evitando que estes acabem em aterros e permitindo a sua utilização para a produção de energia e fertilizantes.
A recolha seletiva em sacos verdes consiste na separação doméstica dos restos de comida, deposição dos sacos verdes nos contentores de resíduos indiferenciados e utilização dos mesmos camiões para a recolha. Uma vez na Tratolixo, os sacos verdes são separados do restante conteúdo dos camiões e direcionados para a produção de composto e energia elétrica.
Por cada tonelada de biorresíduos, são produzidos 332 kWh de energia elétrica e 148 kg de composto. Esta energia corresponde ao consumo anual de 1.135 lares portugueses e é injetada na rede elétrica.
O concelho continua a realizar campanhas de sensibilização porta-a-porta e a recolher adesões em espaços públicos. Durante a Semana do Município, que começa a 7 de junho, as equipas de divulgação dos biorresíduos estarão presentes em várias iniciativas para angariar mais aderentes.
Luís Almeida Capão, presidente da Cascais Ambiente, destaca que “o sucesso deste modelo de recolha de biorresíduos – sacos óticos e sensibilização porta-a-porta – é demonstrado pela elevada taxa de adesão dos munícipes e pela poupança financeira e ambiental alcançada”. Para o presidente da empresa municipal, “a recolha de biorresíduos em sacos verdes nos contentores de resíduos indiferenciados é uma oportunidade para aumentar as taxas de separação de outros materiais recicláveis e uma metodologia que permite considerar novos fluxos a serem recolhidos em cocoleção”.
A expansão da recolha de biorresíduos em sacos óticos faz parte de uma estratégia de gestão de resíduos urbanos em Cascais, com o objetivo de alcançar uma taxa de preparação para reutilização e reciclagem de 60% até 2030. A Cascais Ambiente pretende, em breve, adicionar outros materiais a este fluxo, como os têxteis e os têxteis sanitários.