O problema da falta de habitação levou a que mais de 50 pessoas criassem um acampamento improvisado na Quinta dos Ingleses, em Cascais. No entanto, o plano urbanístico em curso ameaça obrigá-los a procurar alternativas habitacionais.
O terreno de cerca de 54 hectares da Quinta dos Ingleses, perto da praia de Carcavelos, está escondido sob vegetação, enquanto tendas e autocaravanas abrigam mais de 50 pessoas de diversas nacionalidades.
Contudo, o chamado “acampamento” improvisado está em risco devido ao Plano de Pormenor do Espaço de Reestruturação Urbanística de Carcavelos-Sul (PPERUCS), que propõe a requalificação da área para um parque urbano e a construção de um empreendimento habitacional, comércio, serviços e hotelaria.
O projeto, promovido pela empresa Alves Ribeiro, tem sido contestado por várias associações locais de Cascais, que já organizaram várias manifestações.
Os moradores, sem notificação oficial para sair, estão apreensivos desde que parte do terreno começou a ser vedado. O apoio das associações cívicas tem sido vital para os residentes, que clamam por tempo e soluções.
Tanto a Associação Alvorada da Floresta quanto a SOS Quinta dos Ingleses defendem que a Câmara Municipal de Cascais deve encontrar uma solução habitacional para essas pessoas. O presidente da câmara, Carlos Carreiras, argumenta que a autarquia não tem essa responsabilidade.
O projeto urbanístico também tem gerado controvérsia no parlamento, com o Bloco de Esquerda e o PAN a apresentarem projetos de resolução para preservar a Quinta dos Ingleses.
