Foi na passada segunda feira, dia 15 de abril, que se inaugurou os passeios da Trishaw na freguesia de Carcavelos e Parede. Esta iniciativa, criada pela Pedalar Sem Idade já existia no centro de Cascais e o presidente da junta de freguesia de Carcavelos e Parede queria há muito trazê-la para os munícipes da freguesia: “nós queríamos trazer para aqui a iniciativa e a Câmara decidiu fazer um investimento nesse sentido”, afirma Nuno Alves, Presidente da Junta de Freguesia de Carcavelos e Parede.
O objetivo de criar atividades como esta iniciativa é formar uma comunidade de seniores cada vez mais ativa “nós estamos a implementar um conjunto vasto de iniciativas, como a ginástica, a ioga, os nossos passeios, o ateliê da Memória ou os workshops de literatura e de pintura – nós somos desafiados cada vez mais para termos iniciativas dirigidas à mobilidade física e à estimulação mental”, conta-nos o Presidente.
Os passeios de Trishaw estão mais direcionados para ajudar e incentivar na parte da mobilidade física bem como combater o isolamento. Cada vez mais os munícipes seniores aderem às atividades e criam grupos de convívio “as pessoas vêm às nossas iniciativas estabelecem laços de amizade e passam a criar o seu próprio grupo de amigos dentro das nossas atividades, as pessoas têm vontade de melhorar a saúde mental e física e são elas próprias que incentivam o surgimento de novas atividades e lançam desafios”.
Exemplo disso são as aulas de ginástica que contavam com cerca de 25 pessoas e agora tem perto de 100 pessoas ou até as caminhadas que num espaço de uma semana tiveram 100 inscritos para participar. A freguesia de Carcavelos e Parede tem uma vasta rede de seniores na ação social, contabilizam à volta de 300 pessoas que frequentam as várias atividades e a Pedalar Sem Idade não é exceção.
A Pedalar Sem Idade é um movimento sem fins lucrativos, apenas constituído por voluntários, dão apoio a pessoas de mobilidade reduzida e seniores na zona em que realizam o projeto. Esse apoio é feito através de passeios de Trishaw regulares, com uma duração de 1 hora, pela freguesia de forma a combater a solidão e o isolamento das pessoas. Estima-se que anualmente em todo o país são feitos mais de 3 milhões de passeios por ano. A pedalar sem idade está espalhada um pouco por todo o país, em sítios como Almada, Castelo Branco ou Vila Franca de Xira existem voluntários prontos a pedalar e a dar ânimo a que precisa.
Os voluntários que pedalam, passam por diversos processos de formação, primeiramente pela formação teórica – onde conhecem o conceito e aquilo que devem fazer. Depois da formação teórica concluída passam à formação prática – que é dividida em duas componentes, a formação relacionada com o veículo e com o seu manuseamento e a formação relacionada com o passageiro. Terminada a fase de formação, o voluntário é colocado “à prova” num passeio acompanhado de um voluntário mais experiente – quase como que uma avaliação para ver se o voluntário está apto, “há voluntários que ao fim de um mês estão aptos”, conta-nos Rui de Quinhones, presidente da Pedalar sem Idade.
Em relação aos percursos e roteiros, estes são por norma predefinidos. A organização procura sempre combinar a beleza com a segurança “percorremos as zonas percebemos onde é que é mais seguro e mais agradável”. Dessa forma, os roteiros são mapeados na aplicação, que está acessível aos voluntários. Algumas vezes, o voluntário saí da rota “estipulada” porque não só já é experiente como, muitas das vezes, é pedido pelos próprios passageiros e por isso há essa tentativa de adaptação, mantendo sempre a segurança necessária. Por norma é também aconselhado aos voluntários que façam o percurso sozinhos uma primeira vez, na tentativa de ver se há alguma irregularidade ou um imprevisto, uma queda de passeio, por exemplo.
Os veículos utilizados são construídos exatamente para este fim, e como tal há sempre muito cuidado com os travões, amortecedores e até mesmo com o conforto. Há uma extrema preocupação no sentido de se reunir um conjunto de medidas de segurança passiva para que tudo corra bem. A segurança ativa, depende de quem tripula o veículo, é conseguida através das formações.
A Pedalar Sem Idade quer continuar a crescer e a expandir-se para outros sítios – garante que essa vontade funciona porque têm uma base estruturada e voluntários que fazem de tudo para ver as pessoas felizes e dar apoio a quem precisa “toda a equipa está estruturada e se for necessário deslocar um Trishaw com alguém, independentemente de onde for, e que sabemos que vamos pôr um sorriso no rosto, que vamos transformar um bocadinho o seu dia vai acontecer! A nossa missão é esta trazer alegria, fazer com que as pessoas se sintam importantes, úteis e com que se sintam vivas”, assegura o Presidente da Pedalar Sem Idade.
Mafalda Teixeira
