Novo Fado e António Zambujo encheram Festas de Cascais

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António Zambujo fi uma das estrelas da noite das Festas de Cascais Imagem: CM Cascais
Este domingo, fez-se silêncio nas Festas do Mar, em Cascais, porque se cantou o Fado. É já uma tradição o Fado cantar-se à janela, com o enquadramento único do icónico edifício dos Paços do Concelho. Muito antes do concerto, já os mais velhos colocavam, estrategicamente, cadeiras de praia na Praça 5 de Outubro, para garantirem a primeira fila.

 

As vozes de Mel e Gustavo ofereceram ao público temas bem conhecidos de todos e ninguém se fez rogado em  acompanhar os fadistas. As centenas de pessoas que encheram a Praça 5 de Outubro coroaram o espetáculo com um coro afinado ao som do «Cheira Bem, Cheira a Lisboa», a que Mel e Gustavo, bem a propósito, adaptaram para «Cheira Bem, Cheira a Cascais», o que a todos deliciou, terminando o «Fado à Janela» com muito humor e boa disposição.

Mas, o Fado há muito que deixou de ser um género datado e apreciado só pelas gerações mais velhas. A nova geração de fadistas tem vindo a crescer e a renovar a tradição, sem adulterarem as raízes. Inês de Vasconcellos é um exemplo dessa nova geração que garante a continuidade do género musical mais profundamente português e que com a classificação de Património Imaterial da Humanidade, pertence agora ao mundo.

Inês de Vasconcellos tem Cascais no coração. Frequentou o Conservatório de Música de Cascais onde estudou violino e canto. A sua paixão pelo Fado foi alimentada pela rica cultura musical portuguesa e sobretudo por nomes como Amália Rodrigues, Ana Moura ou Carminho. Talvez, por cantar em casa pela primeira vez, o concerto teve um pendor emocional muito forte que passou do palco para o público.

«Uma Estranha Forma de Vida», imortalizado por Amália Rodrigues foi um dos momentos mais bonitos das Festas do Mar, com a multidão a fazer silêncio e os rostos espelhando sentimentos portugueses, mas tão universais.

António Zambujo não fez esperar a multidão que o aguardava na Baía. E poucos minutos depois de Inês de Vasconcellos deixar o palco, ressoaram os acordes das primeiras canções de Zambujo. «Pica do 7», «Flagrante», «Rancho Fundo» e «Zorro» não puderam faltar. Mas, os novos temas do seu mais recente trabalho «Cidade», todo escrito e composto pelo seu amigo Miguel Araújo, também tiveram grande adesão do público que mostrou estar atento aos novos lançamentos.

E Zambujo cativou o público como tão bem sabe fazer e o público rendeu-se a mais uma noite de Festas do Mar dedicada às raízes renovadas da música portuguesa.

Já no Palco Sagres que dá voz aos novos talentos, foi a vez do jovem músico cascalense, Diogo Oliveira, brilhar. Um concerto com muito público, demonstrando que com apenas 17 anos, Diogo é já um valor seguro na novíssima geração de músicos portugueses. Tendo começado a compor, recentemente, as suas próprias músicas, o jovem cumpriu um dos seus sonhos: «Tocar no palco de um festival como as Festas do Mar».

Texto: CM Cascais