O aumento do volume da próstata – hiperplasia benigna da próstata, afeta 80% dos homens com mais de 50 anos. É uma doença progressiva, ou seja, piora com o tempo e, se não for tratada adequadamente, pode causar danos permanentes na bexiga, rins e ureteres. Em entrevista ao NOTÍCAS DE CASCAIS, Pedro Baltazar, urologista no Hospital CUF Cascais, alerta para a importância de vigiar a saúde da próstata e destaca o novo tratamento para a hiperplasia benigna da próstata, disponível no Hospital CUF Cascais – a Cirurgia de HoLEP.
– Quando o volume da próstata aumenta, que complicações tendem a surgir?
– Muitas vezes o fluxo de urina é prejudicado, resultando em queixas miccionais, como jacto fraco, sensação de esvaziamento incompleto, hesitação inicial ou intermitência, bem como urgência miccional, aumento da frequência urinária ou do número de micções noturnas. A longo prazo esta patologia pode levar ao surgimento de divertículos e cálculos da bexiga, hematúria recorrente e infeções urinárias.
– O aumento do volume prostático é um sinal de alerta para procurar ajuda médica?
– O aumento do volume da próstata não deve ser subestimado, nem negligenciado. Perante o aumento do volume da próstata os homens devem procurar o seu médico urologista para que possam discutir a terapêutica farmacológica ou cirúrgica mais adequada para o seu caso.
– Se a doença não for tratada pode provocar danos irreversíveis?
– A doença é progressiva, piora com o tempo e, se não for tratada adequadamente, pode causar danos permanentes à bexiga e ao trato urinário superior. É, por isso, que devemos estar atentos e avaliar cuidadosamente as melhores soluções e os métodos cirúrgicos que mais se adequam a cada doente.
– O Hospital CUF Cascais iniciou recentemente a realização da cirurgia de Enucleação Endoscópica da Próstata com Laser de Holmium (HoLEP), em que consiste este novo tratamento?
– Consiste numa cirurgia minimamente invasiva para o tratamento de sintomas urinários secundários à hiperplasia benigna da próstata (aumento do volume prostático), com recurso a uma tecnologia de ponta que pode ser utilizada para qualquer volume de próstata. Esta nova tecnologia tem demostrado excelentes resultados funcionais e muito menor risco e morbilidade para o doente, prevendo-se que o tempo de internamento e algaliação sejam reduzidos para um ou dois dias. Trata-se de um método desobstrutivo de última geração, realizado inteiramente por via uretral, sem incisões na pele e com recurso a energia laser em que, através da emissão de energia pulsada, é possível a realização de passos cirúrgicos precisos e a remoção definitiva do tecido.
– Que vantagens destaca neste novo tipo de intervenção?
– Em comparação com a opção de tratamento por incisão abdominal ou abordagem laparoscópica, este procedimento tem como principais vantagens a ausência de incisões cirúrgicas, um menor risco de incontinência e hemorragias. Com esta nova tecnologia prevê-se uma recuperação muito mais rápida para o doente e uma elevada eficácia, a curto e longo prazo. Tem, ainda, a grande vantagem de, durante a intervenção, conseguirmos um melhor controlo de perda de sangue, permitindo operar doentes com maior risco cirúrgico, incluindo doentes anticoagulados.