Pelo menos oito candidatos anunciaram estar na corrida à Câmara de Cascais nas próximas eleições autárquicas para suceder ao atual presidente, o social-democrata Carlos Carreiras, que atingiu o limite de mandatos e não se pode recandidatar.
O atual vice-presidente da autarquia, Nuno Piteira Lopes, de 46 anos, candidata-se pela coligação Viva Cascais (PSD/CDS-PP), que governa desde 2001 o município do distrito de Lisboa, primeiro por António Capucho e depois Carlos Carreiras, que transmite o testemunho ao seu substituto no executivo municipal, enquanto mandatário da candidatura.
“Esta é uma candidatura que não pretende rasgar com aquilo que é o passado, um passado que nos honra a todos, mas que está muito longe de ser apenas mais do mesmo. Mantemos os valores, mantemos o compromisso que nos caracterizam, mas temos uma visão renovada”, afirmou Piteira Lopes, que apontou como prioridades a habitação, segurança e saúde.
O PS candidata João Ruivo, 48 anos, deputado municipal e presidente da Comissão Política Concelhia do partido desde julho de 2024, que promete trabalhar para que o concelho deixe de ser “uma montra” de grandes empreendimentos imobiliários e seja “a casa de todos”, para se viver e trabalhar.
A habitação será uma das suas prioridades, mas defendeu também mudanças na mobilidade, com vias alternativas à Autoestrada 5 (Lisboa-Cascais) e melhores ligações a Oeiras e Sintra, e na criação de emprego qualificado.
O vereador João Rodrigues dos Santos, 56 anos, recandidata-se pelo Chega, prometendo “endireitar” o município nas “coisas que estão mal” devido ao que chama de “executivo PSD/PS”, por um vereador socialista ter aceitado pelouros de Carreiras.
O autarca enunciou como prioridades a segurança, a “riqueza” e como reduzir impostos, e a transparência na gestão do município.
O deputado municipal do BE, Alexandre Abreu, 46 anos, candidata-se numa coligação com Livre e PAN, que nas anteriores autárquicas se coligaram com os socialistas, explicando que a “intenção é proporcionar uma resposta política progressista, ecologista e democrática à gestão autárquica do PSD/CDS-PP”, com a qual “muita gente está descontente”.
A habitação e mobilidade estão entre as prioridades, mas também a preocupação com “os atentados ambientais na Quinta dos Ingleses”, com a construção de empreendimentos em Carcavelos e com o “alargamento do aeródromo de Tires”.
A CDU (coligação PCP/PEV), sem lugar no atual mandato na vereação em Cascais, candidata o atual vereador em Setúbal Carlos Rabaçal ao município em que foi autarca entre 1993 e 1999, assumindo querer “fazer o que falta” após a gestão PSD/CDS-PP.
O autarca de 71 anos explicou que não pretende “fazer oposição a ninguém”, mas antes “construir a mudança de Cascais”, defendendo “o regresso da água à gestão pública”, a integração dos transportes do município na Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML) e uma especial atenção à habitação.
O gestor Manuel Simões de Almeida, 53 anos, candidato da Iniciativa Liberal, traçou como principal ambição ficar “à frente do PS” e assume-se como “alternativa credível” para reformar a autarquia.
O candidato propõe-se melhorar a qualidade de vida dos munícipes e “fazer uma gestão autárquica muito mais eficiente”, transparente e rápida, defendendo “casas a preços acessíveis” e o regresso de espaços de diversão noturna como os míticos Coconuts, Bauhaus ou 2001.
O consultor e comentador político João Maria Jonet, de 27 anos, corre como independente, após se desvincular do PSD, prometendo “fazer a diferença” na separação do “aparelho partidário” e da câmara.
“Não precisamos de mais condomínios para residentes não habituais. Precisamos de soluções para quem trabalha aqui e quer cá viver”, advogou o candidato, que chegou a ser falado para liderar uma candidatura pelos socialistas e criticou projetos como a Quinta dos Ingleses.
O advogado António Pinto Pereira, de 60 anos, avança como independente, com o apoio da Nova Direita e do Nós, Cidadãos!, após o Chega ter ignorado a sua intenção de ser candidato em Cascais.
O antigo deputado desfiliou-se do partido de Ventura e lidera o movimento “Mudar Cascais”, elegendo como prioritários o “problema da habitação” e da segurança, prometendo devolver a lota aos pescadores e “neutralizar algumas coisas” demoníacas, como “a destruição do maior pulmão do concelho”, na Quinta dos Ingleses.
Cascais tem uma superfície de 97,40 quilómetros quadrados (INE) e 222.339 habitantes (Pordata, 2024, com base no INE).
O executivo de Cascais é composto por sete eleitos da coligação Viva Cascais (PSD/CDS-PP), três da coligação Todos por Cascais (PS/PAN/Livre) e um do Chega.
As eleições autárquicas vão decorrer em 12 de outubro.







