José Ribeiro, presidente da Junta de Freguesia de Alcabideche, é fonte de uma história inspiradora. Equilibra múltiplas funções, como advogado, presidente da junta, presidente dos Bombeiros de Alcabideche e ainda na presidência do Torre, tudo graças ao apoio de uma equipa extraordinária e uma gestão de tempo bem planejada. Enfrentou desafios tremendos durante a Covid-19, demonstra forte compromisso para com os fregueses, participa ativamente em projetos como é o caso da melhoria do Complexo Desportivo de Alcabideche e mantém uma forte ligação à população através de intervenções no plano social.

– Quais os principais feitos neste mandato?
– Bom, o principal desafio foi o Covid-19, nós estávamos а espera de uma complicação deste tipo. Nunca ninguém tinha passado por uma situação dessas. Nós tivemos de fazer tudo e mais alguma para ajudar as pessoas, foi uma experiência inesquecível.
– Quais os principais feitos neste mandato?
– Bom, o principal desafio foi o Covid-19, não estávamos à espera de uma complicação deste tipo. Nunca ninguém tinha passado por uma situação dessas. Nós tivemos de fazer tudo e mais alguma para ajudar as pessoas, foi uma experiência inesquecível.
– Como foi possível ultrapassarem esse período?
– Tivemos equipa de voluntários que nos ajudaram de forma abnegada, destemida, a chegar às pessoas que não podiam sair de casa, principalmente os mais idosos. Íamos buscar as receitas para irmos à farmácia apanhar os medicamentos, levávamos as reformas aos CTT, levei lixo da casa de fregueses, estávamos sempre muito atentos principalmente aos mais idosos para que não estivessem na rua. Nós, junta, estivemos sempre no terreno para ajudar os nossos fregueses. Não podíamos deixar que as pessoas tivessem falta fosse daquilo que fosse. Felizmente a população de Alcabideche é muito solidária e também ajudou-nos bastante, criou-se um fantástico clima solidário. A população de Alcabideche é muito amiga, sempre pronta ajudar o próximo, é fantástico este espírito. Foi assim que conseguimos ultrapassar este período complicadíssimo para o mundo, aliás, só assim seria possível vencermos a pandemia.

– Contam com o apoio da câmara?
– Temos um relacionamento muito bom. Sempre fizemos um excelente trabalho em conjunto como foram os casos de pequenas obras nas escolas do primeiro e segundo ciclos. Dão um trabalho diário incrível, como se sabe todos os dias nas escolas aparecem coisas para serem arranjadas e nós fazemos muito bem este trabalho. Ajudamos também nos tempos extras das escolas. Estamos muito bem vistos no concelho de Cascais e em Alcabideche, naturalmente temos excelentes equipas connosco que são valorizadas em qualquer reunião que tenhamos. Temos uma reunião anual com a câmara, associação de pais, diretores de agrupamentos, etc, e aí dão-nos feed-back do excelente trabalho que estamos a fazer. As competências que a câmara vai passando para a junta é um bom princípio. As juntas de freguesia estão sempre muito próximas das pessoas e a nossa não foge à regra.

– Sente-se uma pessoa acarinhada quando sai pela rua?
– Sim, sim. As pessoas retribuem com palavras muito reconfortantes aquilo que fazemos pela freguesia. São estas coisas que nos dão alento para continuar. Por exemplo, quando arranjamos um buraco que está numa calçada as pessoas pagam-nos com reconhecimento. Vê-se que as pessoas ficam felizes. Quando vamos a qualquer associação somos sempre muito bem recebidos, as pessoas agradecem-nos de coração. É muito reconfortante. Ainda há dias na Associação de Idosos da Amoreira colocaram uma fotografia minha numa parede. Senti-me muito feliz mas ressalvei que este trabalho não é só de uma pessoa, é de várias, isso deixa-me muito feliz. Sozinho não faço tudo, é natural, tenho de ter uma equipa fantástica na Junta. Somos sete elementos que representamos a coligação PSD/CDS e independentes que estamos todos a caminhar no mesmo sentido. Em todas as situações que somos convidamos não falhamos os convites. Fazemos questão em estar nesses eventos. Tentamos estar em todo o lado.
– Faz então um balanço positivo destes dois mandatos?
– Claro que sim. Aliás, as pessoas ficam admiradíssimas como conseguimos estar em todo o lado. E é esse o nosso foco. E outra coisa, é raro ir um sozinho, normalmente vão sempre dois, três ou mais… e as pessoas agradecem-nos. Para nós isso é fantástico, vê-las felizes é extraordinário. É um retorno incrível. Orgulhamo-nos de ter uma rede de instituições culturais, desportivas e sociais que fazem um trabalho excelente. Seguimos à risca o lema da Junta, Juntos criamos o futuro!

– Quais os projetos que estão em marcha?
– Um dos principais é o Complexo Desportivo de Alcabideche. Melhoramos na altura do Covid a piscina e agora o nosso objetivo é o pavilhão que já tem mais de 20 anos e tem pontos muito degradados, vamos pintando, fazendo alguns melhoramentos. Melhorar o pavilhão é um dos nosso objetivos para o próximo mandato mas aí teremos de ser em conjunto com a câmara porque a junta não tem capacidade financeira para assumir uma obra dessas. A informação que nós temos é que o processo já está no Triunal de Contas.
– Qual o orçamento?
– Vai para entre os 800 e o milhão de euros. À volta disso. Vamos dar tudo por tudo para que a obra arranque. É o nosso grande objetivo para o próximo mandato.
– O pavilhão é a menina dos olhos do presidente?
– Bom, temos de reconhecer que um pavilhão em condições faz muita falta. Tenho a certeza que se tivéssemos mais três ou quatro pavilhões estariam sempre cheios.
– É, então, escasso o número de pavilhões no concelho?
– Sem dúvida! O ideal seria a câmara ter um pavilhão multiusos ou melhor, dois. Isso é que era o ideal.

– Além de ser advogado, é presidente da Junta, da Associação dos Bombeiros, do Torre… Como consegue conciliar tanta obrigação?
– Antes de vir para a Junta já estava na direção dos bombeiros de Alcabideche, na Torre estou há 15 nos, sensivelmente, e estou muito próximo de completar 30 anos de advocacia. É, de facto muita obrigação…
– Como e quando entrou para a Junta de Alcabideche?
– Na primeira fez que me candidatei para as listas entrei para os lugares mais abaixo e não fui eleito. Já no segundo mandato entrei para a assembleia de freguesia, isto em 2013/14, foi precisamente na altura em que faleceu o então presidente eleito Bruno Nascimento. Com o seu falecimento abriu-se uma vaga no executivo. Acabei por ser eu o escolhido e passei da assembleia de freguesia para o executivo como tesoureiro.

– E a subida à presidência da junta, como aconteceu…?
– Fui então convidado para encabeçar uma lista e aceitei. Ganhámos com maioria, que não havia anteriormente. Neste mandato tivemos o melhor resultado de sempre da coligação aqui em Alcabideche com 12 cargos em 19 possíveis. Nesta altura mantenho-me a meio tempo com a advocacia não esquecendo que ainda tenho o Torre e os Bombeiros…
– E como consegue fazer crescer o tempo?
– A sorte que eu tenho é que tenho dois filhos que já não precisam que ande com eles… Um tem 27 anos e já é advogado e o outro de 23 é advogado estagiário… já estão encaminhados… estão no escritório de advogados do qual sou sócio e isso ajuda bastante. Mas não é fácil gerir o tempo. É o que eu digo às pessoas que estão comigo do executivo, temos de encarar as coisas como uma missão. Somos sete mas conseguimos estar sempre presentes onde devemos de estar, tem de haver sempre alguém para ir a este ou àquele sítio… aliás até os outros presidentes de Junta ficam incrédulos como conseguimos estar em todo o lado…

– Orgulhoso pela Junta ter recebido a Bandeira de Mérito Social?
– Claro que sim. Está relacionado com o trabalho que é feito aqui na freguesia na área da ação social. Somos sempre os primeiros a dizer que nós fazemos… e fazemos mesmo! Apoiamos de muito perto o Programa Operacional de Apoio às pessoas mais carenciadas. A Bandeira de Mérito Social e a educação são de extrema importância para nós. Estamos cá para ajudar as famílias. Somos a freguesia que ajuda mais famílias. Chegámos a apoiar cerca de 500 pessoas. Comprámos arcas frigorificas, frigoríficos. Falámos com a câmara para nos disponibilizar uma loja e ficámos com uma loja na Adroana. Agora as pessoas, além de produtos, recebem cartão solidário.
– Existem outras juntas de freguesias que seguem este programa?
– Somos a única que faz este trabalho e desde a primeira hora… aliás, nos cartões solidários que são atribuídos pela câmara para ir ao Pingo Doce ou ao Continente também eramos das freguesias que apoiávamos mais pessoas… Se dá trabalho? Muito, muito mesmo! Estamos cá para ajudar, se não estamos para isso estamos cá para quê?
– Já pensou em candidatar-se à presidência da câmara a longo prazo?
– Não vou dizer que nunca me passou pela cabeça, mas não é esse o meu objetivo. É uma situação que teria de ponderar muito… até porque não é compatível com a minha profissão de advogado…
– Sente que o seu trabalho e dedicação estão a ser reconhecidos?
– Sim, ainda há dias fomos a uma instituição por termos ajudado uma pessoa. Não tem explicação aquilo que senti.
– Emocionou-se?
– Muito! São estas coisas que nos dão alento para a vida… gasta-se tanto dinheiro em coisas desnecessárias e, às vezes, basta um simples gesto para encher uma pessoa de alegria…







