O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, entrega, numa em cerimónia solene, os Prémios Literários Fernando Namora e Agustina Bessa-Luis, instituídos pela Estoril Sol, e referentes a 2023, respectivamente, a Lídia Jorge e Francisco Mota Saraiva, bem como o Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural a José Pacheco Pereira, no próximo dia 17 de Outubro, a partir das 18 horas, no Auditório do Casino Estoril.
A 26.ª edição do Prémio Literário Fernando Namora, promovido pela Estoril Sol, com o valor pecuniário de 15 mil euros, o Júri distinguiu Lídia Jorge pelo romance «Misericórdia».
O Júri, presidido por Guilherme d`Oliveira Martins, evidenciou que «Misericórdia», «é um romance, numa escrita marcada por singular criatividade, transfigura ficcionalmente a matéria do real que o suscita e, na construção da personagem nuclear como de outras,nos múltiplos momentos da efabulação, nos planos em torno dos seus universos sociais, promocionais, afectivos, e nas notações de um processo de perda sem excessos descritivos, exprime uma voz com atributos incomuns de generosidade e humanismo. Trata-se, com efeito, de uma obra maior na bibliografia da Escritora».
Por sua vez, em relação à 16.ª edição do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa- Luís, com o valor de 10 mil euros, o Júri distinguiu Francisco Mota Saraiva com a obra original «Aqui Onde Canto e Ardo» que terá garantida a sua publicação através da Editorial Gradiva.
O Júri escreveu em acta que este romance «é a saga de uma família que a história portuguesa do século XX fez existir entre três continentes, Ásia – Índia, África – Moçambique, Europa – Portugal. A diversidade imaginária desses três mundos é dada através de narrativas da memória de algumas das principais figuras da família. Nelas se recordam diferenças promotoras de violências diversas, das dores e angústias do poder sobre todas as suas formas».
A 9.ª edição do Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural foi atribuída a José Pacheco Pereira. O júri considerou que “o seu percurso de vida”, constitui um inequívoco exemplo de cidadania cultural. Instituído pela Estoril Sol o Prémio, com periodicidade anual e no valor de 20 mil euros, foi criado em homenagem à memória de Vasco Graça Moura.
Em acta, o júri sublinha que «atendendo ao seu percurso de vida no tocante ao empenhamento em prol da defesa do interesse público, em especial quanto ao conhecimento histórico e à preservação do património cultural, graças à criação da Biblioteca e Arquivo Ephemera, que tem permitido a reunião de documentos e objetos únicos, indispensáveis para a melhor compreensão dos acontecimentos da história política portuguesa».
O júri, presidido por Guilherme d’Oliveira Martins, em representação do CNC – Centro Nacional de Cultura, integrou, ainda, José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores, Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários, Maria Carlos Gil Loureiro, pela Direcção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas, Ana Paula Laborinho, Liberto Cruz e José Carlos de Vasconcelos, convidados a título individual e, ainda, Dinis de Abreu, em representação da Estoril Sol.