
Bibá Pitta foi entrevistada pelo NOTÍCIAS DE CASCAIS na Junta de Freguesia de Cascais e Estoril tendo o DIA DA MULHER como pano de fundo. Mãe de cinco filhos e avó de três netos, Bibá Pitta é símbolo da força, superação e conquistas, argumentos que considera fundamentais para as mulheres triunfarem na vida. Opinou sobre o significado do Dia da Mulher, da violência contra as mulheres, das diferenças entre homens e mulheres em cargos de chefia e até quem escolheria para Presidente da República.
– Qual o significado do Dia Internacional da Mulher?
– É um símbolo de força, superação e conquistas. É um momento para celebrar o impacto das mulheres na sociedade e lembrar que cada uma de nós carrega uma história de luta e transformação. Mais do que uma data no calendário, é uma chamada de atenção para reconhecermos o nosso valor e continuarmos a abrir caminhos para as próximas gerações. Ser mulher é um ato de coragem todos os dias, e este dia é um tributo à nossa resiliência, ao nosso talento e à nossa voz que nunca deve ser silenciada!!!

– Que campanha/trunfos utilizaria para travar a violência contra as mulheres?
– Primeiro investia na educação desde cedo, para que as raparigas cresçam a saber o seu valor e os rapazes percebam que respeito não é um favor, é a base de qualquer sociedade justa. Segundo, tentaria fortalecer as redes de apoio e políticas públicas para que fossem mais eficazes, garantindo que nenhuma mulher tivesse medo de pedir ajuda. E, acima de tudo, elevava a palavra empoderamento: uma mulher que conhece os seus direitos, que tem independência e que sente o apoio da sociedade, é uma mulher mais protegida. A violência só acaba quando todos nós, como comunidade, decidirmos não ser cúmplices do silêncio! Precisamos amplificar vozes, apoiar vítimas sem julgamentos e mostrar que ser mulher é sinónimo de força e nunca de medo!

– Existem muitas diferenças entre mulheres e homens em cargos de chefia?
– Sim, ainda há algumas alguma diferença, mas essa realidade está a mudar. Durante muito tempo o poder foi visto como masculino, mas as mulheres têm mostrado que liderança não tem género. Estamos a ocupar espaços, a comandar equipas e a transformar empresas. O objectivo é que o género não seja nunca um factor de decisão.
– Se decidisse quem seria a sua eleita para Presidente da República?
– Das várias mulheres notáveis que temos no nosso panorama social, a minha escolha iria para Leonor Beleza, de quem muito se tem falado, por ser uma mulher com uma trajetória marcante na política e na gestão pública, sendo um exemplo de liderança e competência.
– Quais as razões que a levaram a enveredar pela sua área profissional?
– Sempre acreditei que pequenas ações podem transformar realidades, e é isso que me motiva todos os dias: criar soluções, apoiar quem mais precisa e contribuir para uma sociedade mais justa, solidária e inclusiva. Nada me realiza mais do que ver o impacto positivo do meu trabalho na vida das pessoas.

– Quais foram os maiores desafios que enfrentou ao longo da sua carreira profissional?
– O maior desafio tem sido lidar com a limitação de recursos, quando sei que as necessidades das pessoas são urgentes. Muitas vezes, a vontade de ajudar é maior do que as ferramentas disponíveis, e isso exige criatividade e persistência. Outro desafio é quebrar barreiras e preconceitos, garantindo que todas as pessoas tenham acesso ao apoio de que precisam, sem julgamentos. Cada obstáculo que vou enfrentando só reforça a minha determinação em continuar a batalhar por uma comunidade mais justa e mais solidária.
– Alguma vez sentiu descriminação de género?
– Pessoalmente nunca senti descriminação no meu percurso profissional. Talvez porque o meu trabalho esteja profundamente ligado às emoções, à empatia e ao sentido de comunidade. Na realidade não.

– Qual o cargo que desempenha na Junta?
– Trabalho para promover essencialmente as ações que envolvem o apoio social, a inclusão das pessoas com deficiência e a valorização da cultura. Acreditamos que é importante proporcionar espaços onde todas as vozes sejam ouvidas e respeitadas, criando uma comunidade mais inclusiva e solidária. Por isso, ao longo do ano, estamos constantemente a implementar programas e iniciativas que visam fortalecer a igualdade de género e a inclusão social, sempre com um olhar atento às necessidades específicas de cada um.
– Onde encontra tanta força para criar cinco filhos?
– Acredito que ter sido mãe de 5 filhos foi, é e será sempre uma dádiva e o papel mais importante e mais difícil que desempenhei. Sou cuidadora e descomplicada por natureza e essa maneira de ser ajuda o dia-a-dia a ser mais leve. Educar não é tarefa fácil, mas com muito amor e acompanhamento, respeitando cada um com a sua individualidade, sinto que cumpri com êxito o papel de mãe. Hoje estão todos crescidos e vejo os resultados de toda a dedicação a estes meus filhos que eu tanto amo! Homens e mulheres prontos para voarem sozinhos … e a nossa filha especial, a nossa querida Madalena, a que voa mais baixinho, tem e terá sempre as asas de todos nós…

– Para finalizar, qual a mensagem que gosaria de deixar a todas as mulher?
– Quero deixar uma mensagem de união para todas as mulheres. Gostava que todas nós continuássemos a quebrar barreiras, a desafiar nors e a construir um caminho onde as nossas vozes sejam sempre ouvidas e respeitadas. O mundo precisa da nossa força, da nossa visão e do nosso amor. Sigamos em frente, com coragem e com orgulho de sermos mulheres!
Imagens: Careca Pic’s