Pedro Morais Soares é o presidente da União de Freguesias de Cascais e Estoril. Casado e pai da Maria e da Madalena, a poucos dias do Dia do Pai o autarca de 47 anos falou com NOTÍCIAS DE CASCAIS e revelou como consegue conciliar a exigente vida de pai com a presidência da autarquia.
– Qual o significado do Dia do Pai?

– Bom, para mim, o Dia do Pai é todos os dias. O Dia 19 de Março tem um enorme significado para a família. Em Portugal dá-se, e bem, grande significado ao Dia do Pai, o que é ótimo. É uma forma vincada de marcar a relação Pai e filhos. É, sem dúvida, uma forma de dar-se destaque à relação entre Pai e filhas. Tenho uma forte ligação às minhas duas filhas. Procuro estar sempre muito tempo com elas. Quero ter sempre muito tempo de qualidade com as minhas filhas Maria e Madalena. A relação pai-filhas é determinante.
– Está muito tempo com elas?
– Procuro estar com elas o mais tempo possív el. Tenho uma ligação muito forte com as minhas filhas. Procuro estar sempre com elas.
– Como são elas nas atividades?
– A Maria, tem 13 anos, tem uma ligação muito forte com o surf, frequenta o Surfing Clube Portugal, clube aqui da nossa freguesia. Já a Madalena, tem 15 anos. São as duas desportistas, isso é ótimo. Madalena gosta muito de voleibol, joga no Dramático de Cascais. A Maria está no Surfing Clube de Portugal, principal clube de surf que temos na nossa freguesia. São as duas apaixonadas pelo futebol, pelo Sporting e pelo Estoril-Praia, ainda há dias foram a Alvalade ver a vitória do Sporting sobre o Estoril….

– Passa muito tempo com as filhas?
– Tento estar com elas o mais tempo possível. Sendo autarca é muito difícil estar com elas, naturalmente. Tento muito puxá-las para várias iniciativas determinantes. Por exemplo, procuro envolvê-las no voluntariado. As duas têm participado em iniciativas de cariz social e ambiental do voluntariado. Quero que elas tenham uma preocupação com dimensão humana das coisas.
– Onde estudam?
– Andam em colégios católicos, uma nos Salesianos e outra no Amor de Deus.
– Já têm veia política?
-Bom, a Madalena está a tentar seguir os passos do pai na juventude do CDS e está a gostar bastante… vamos ver… (sorrisos).
– São o seu maior sonho?
– As minhas filhas são o meu maior sonho. Eu sempre quis ser pai. É o meu sonho que felizmente se concretizou.
– Qual o significado de ser pai?
– Bom, ser pai é, acima de tudo, ter uma responsabilidade muito grande, muito mesmo. Passamos a olhar para a vida de uma forma totalmente diferente daquilo que era. Vivemos sempre em função dos nossos filho e eu nã sou exceção. A chegada dos filhos obriga-nos a ver o mundo de uma outra forma, vivemos sempre em função dos filhos, do seu bem estar…
– Dão se bem?
– O melhor possível! Eu e as minhas filhas temos uma relação de proximidade muito grande, desde sempre muito afetiva. Estou sempre preocupado em levá-las e trazê-las onde quer que estejam.
– Consegue conciliar a agenda profissional com a familiar?
– Sim, muito mesmo. Vou com elas às consultas, cozinho com elas, tudo o que possa fazer tento lá estar.
– Qual o prato que elas mais gostam?
– Gostam muito de feijão preto e arroz branco com picanha. É o preferido delas. Também gostam de massas, mas a picanha é o prato principal delas. Acompanhanho-as muito aos seus desportos, ao voleibol e ao surf, tem de ser assim, vida de pai também é isto. É muito importante elas praticarem desporto por todas as razões e mais algumas.
– Como são elas no dia-a-dia?
– Desde muito pequenas que andam aqui pela nossa zona zona. São umas miúdas muito queridas em todo o lado, é ótimo que assim seja. É gratificante para um pai que assim seja.

– As filhas seguem-no?
– Desde muito pequenas, acompanham-me muito, fico muito feliz por isso.
– E o contrário? Acompanha-as com regulardade?
– Claro que sim! Eu também as acompanho na escola e nas atividades lúdicas. Sou um pai muito presente. Vamos aos jogos de futebol, levo-as a festas, sou quase um pai Uber, mas a vida de pai é mesmo assim. As minhas filhas têm quase mais agenda que nós e ao mesmo preenchem a minha agenda.
– Como é que as filhas vêem a profissão do pai?
– Elas conversam muito comigo sobre as mais diversas questões… sobre tudo e mais alguma coisa. Por exemplo, quando há algum problema na escola elas recorrem a mim e eu procuro ajudá-las mil por cento… ainda aqui há dias andavam a assaltar miúdos à porta dos Salesianos. Era uma coisa sistemática… pusemos logo a PSP de intervenção e surtiu efeito.
– Como é a sua relação enquanto filho?
– Bom já não tenho pai… o meu pai faleceu quando eu tinha seis anos. Agora, eu e os meus irmãos acompanhamos de muito perto a minha mãe… muito mesmo!
– Preocupa-o as pessoas mais velhas?
– Sem dúvida. Fomos, aliás, a primeira autarquia do País a criar protocolos com privados para ajudar financeiramente as famílias com as creches e com lares. Nós pagamos uma parte muito considerável das mensalidades. Os lares são grande problema social e a nossa Junta tem procurado ajudar as pessoas nessa matéria.
– Como é ser presidente da Junta?
-É um desafio muito grande, exigente, fantástico. Temos de conseguir conciliar a vida familiar com a vida profissional. Esta é a maior junta do país em termos de população. Aqui na Junta temos um conjunto de pessoas que nos ajuda significativamente no dia-a-dia. Temos uma população que ronda as 67 mil pessoas entre São Pedro do Estoril e o Guincho. Temos aqui muita gente a trabalhar na área social. Temos uma equipa muito grande de técnicas e voluntárias que valem ouro… as instituições aqui em Cascais são muito importantes. As forças vivas, por exemplo, as associações de moradores, os clubes, são determinantes. As duas freguesias, Cascais e Estoril, têm um considerável número de pessoas com competências na intervenção social, na área da educação. Muitas vezes é difícil conciliar eventos culturas sociais, desportivos, acaba por consumir grande parte da agenda diária, temos de acorrer a muitos eventos mas é um desafio muito interessante.
– Sempre teve uma vida muito ligada a cargos políticos…
– Sim, já fui deputado na Assembleia da República, vereador, sou presidente de junta…
– Qual o cargo que mais o seduziu?
– Sem dúvida, o ser presidente de junta. Porquê? Bom, conseguimos ter uma intervenção direta junto das pessoas, quase nem temos tempo para nós… mas é um desafio apaixonante.
– Como é o dia-a-dia de um presidente de Junta?
– É intenso, há sempre alguém a meter conversa connosco. Não paro. Procura estar sempre disponível.
– Como é a relação com os fregueses?
– É uma relação ótima, dá-me um prazer enorme ajudar as pessoas.
– Já teve algum problema?
– Felizmente, não, procuro dar sempre resposta, seja ela qual for. É muito importante dar resposta às populações. As associações aqui da freguesia ajudam-me imenso. Acabam por ser o meu braço armado. Por exemplo, nos bairros da Martinha, Areia, Charneca, Rosário, nos clubes, estamos sempre presentes. Se não for eu, temos alguém capaz de responder às populações, as nossas equipas funcionam em rede, o que nos ajuda a estar presentes na vida das pessoas. Por exemplo, a senhora do café, da padaria, e por aí fora, procuram-nos e lá estamos nós para ajudar a resolver os problemas.
– É uma pessoa que se peocupa com os outros?
– Outra coisa não poderia ser… Procuro manter a maior proximidade possível com a população de Cascais e do Estoril. São freguesias com identidade muito própria. Aqui na Junta tentamos dar a melhor resposta possível às mais diversas áreas. Pior que dizer não às pessoas é não responder, isso comigo não funciona. Procuro ter essa proximidade com as pessoas. É um desafio aliciante, tem enriquecido muito a minha forma de estar na vida e na forma como olho para as pessoas. Tem tido muita interferência na minha dimensão como pai de família. Vejo as coisas de uma outra maneira. Esta proximidade com as pessoas é extraordinária, sem dúvida. Tenho cerca de cinco mil contactos, pelo menos procuro estar sempre disponível, mas confesso que não é fácil… mas estarei sempre cá para ajudar o mais e melhor possível.
Imagens: Careca Pic’s